



Clima:
Considerando a classificação de Gaussen e Bagnouls, que tem como base a precipitação e a temperatura média com as quais calcula-se os dias biologicamente secos, e, conseqüentemente faz-se a classificação climática de uma área, observa-se que o município de Chã Preta está situado entre as linhas de 90 a 120 dias secos no decorrer do ano. Esse fato caracteriza um clima sub-úmido com vegetação de floresta Estacional Semidecidual em relevo submontana e montana.
A circulação atmosférica é considerada por frentes frias que alcançam a região Nordeste nos meses de junho, julho e agosto (inverno) propiciando chuvas durante esta estação. A precipitação anual varia de 900mm nos anos mais secos a 1750mm nos mais úmidos ou chuvosos, favorecendo um excedente hídrico de 3 a 6 meses. A deficiência hídrica anual situa-se entre 100 e 350mm.
Quanto à temperatura, a média anual é de 23,5C, com médias no mês mais quente (Janeiro) de 25 e no mês mais frio (julho), oscilando entre 20 e 22C. A evapotranspiração real varia de 600 a 800mm.
Geologia:
Geologicamente, o município compreende terrenos do embasamento cristalino que datam do Arqueozóico e Proterozóico e compõem geotectonicamente o Maciço Pernambucano - Alagoas, pertencente à Província Borborema, composto por duas unidades : o Complexo Gnáissico – Migmatítico e o Complexo Migmático – Granítico, formado por gnaisses, migmátitos, diatexitos, honeblenda biotita – granito porfiroide, biotita granito, granito e granodioritos.
Seus recursos minerais são: ametistas, cristal de rocha, ferro, calcário e material de construção.
Hidrografia:
O município integra a bacia do rio Paraíba do Meio, de Vertente Atlântica, formador da Lagoa Manguaba, a maior do Estado, e que junto à Lagoa Mundaú forma o Complexo Estuarino - Lagunar Mundaú/Manguaba.
Localizado em área de altitudes altas, no município nascem muitos rios de 1ª ordem, que correm para afluentes e subafluentes dos rios Paraíba e Mundaú. Para a bacia do rio Paraíba, correm os riachos Monte Verde, Caçambinha, Espalhado, Samburá, Riachão, entre outros, e, no Mundaú, deságuam o Bom Destino e Santa Fé que escoam para o norte do município e lançam suas águas no Mundauzinho, afluente do Mundaú.
Esses rios têm suas enchentes concentradas entre 4 a 6 meses, período em que ocorrem as chuvas na área do saliente nordestino. O excedente hídrico varia de 200mm a 700mm, o que permite um volume de água disponível, que varia de 200.000 a 700.000 m³/Km²/ano.
Relevo:
Localizado na superfície dissecada do Rio Paraíba do Meio (Costa, 1998), caracteriza-se por apresentar relevo movimentado com formas dissecadas e rampeadas na direção leste. Geograficamente encontra-se no Vale do Paraibinha, um dos principais afluentes do Paraíba em terras alagoanas.
O relevo caracteriza-se pelo predomínio de formas convexas e aguçadas oriundas da dissecação diferencial, formando vales ou sulcos estruturais em “V”, escarpas abruptas, cristas simétricas e linhas de cumeadas, dando origem a interflúvios estreitos. No município encontra-se o segundo ponto mais alto do Estado, a Serra Lisa, ou do Cavaleiro, com 849m de altitude.
Quanto a dinâmica ou susceptibilidade à erosão, apresenta forte instabilidade em virtude das declividades que variam de 30° a mais de 45°, portanto, de fortes a muito fortes. A ação antrópica, retirando a vegetação natural, favorecem a ação da gravidade e das chuvas sobre as encostas. Cobertas por colúvios constituídos por material desagregado, portanto facilmente transportável para as partes mais baixas.
Por ser uma área que recebe chuvas regulares, o processo dominante é o intemperismo químico que favorece a formação do manto de intemperismo. Com a retirada da vegetação original e a ocupação, a princípio com cana-de-açúcar e posteriormente com a pecuária, ocorre o assoreamento do curso d’água, o que aumenta o nível do leito e propicia enchentes. Vale ressaltar que a cidade se encontra num divisor de água, o que não lhe possibilita problemas de enchentes.
Solos:
Em função de sua localização e da junção de fatores físicos - ambientais, em Chã Preta predominam os latossolo vermelho amarelo distrófico a norte do município e os podzólicos vermelho amarelo equivalente eutrófico no Sul. Ambos apresentam textura argilosa. Representam solos mais antigos, desenvolvidos sob clima quente e úmido, o que propiciou o desenvolvimento de vegetação florestal de grande porte.
Vegetação:
A área do município era toda ela recoberta pela floresta estacional semidecidual, por se encontrar na faixa dos 90 aos 120 dias biologicamente secos na classificação climática. O conceito de Região da Floresta Estacional Semidecidual relaciona-se ao clima de duas estações, uma chuvosa e outra seca, ou com acentuada variação térmica. Estes climas determinam uma estacionalidade foliar dos elementos arbóreos dominantes, os quais têm adaptação ora à deficiência hídrica, ora à queda da temperatura nos meses frios. Na área em que se situa o município de Chã-Preta, o clima apresenta duas épocas típicas, uma chuvosa e outra seca, caracterizando essa classe de vegetação. Espécies: Pindoba, ou palmeira verdadeira (Attalea sp.), Visqueiro(Parkia pendula), Sapucaia (Lecythis pisonis), Urucuba (Virola surianensis), Peroba (Aspidosperma gardneri) e Mamajuda (Sioanea obtusifolia). Refúgio ecológico montano (campos de altitude) Canela-de-ema (Vellosia sp.), Amaranthaceae, Bignoniaceae, Cactaceae, Ericaceae, Ericaulaceae, Orchidaceae.

João de Oliveira, nasceu na cidade de Chã Preta no dia 30 de janeiro de 1966. Filho de João Pedro Silva de Oliveira e Olívia Silva de Oliveira, conforme registro do cartório daquela cidade.